Por onde anda a inovação?
Olhe a imagem acima.
Parecem muito, não parecem? Quando prestamos um pouco mais de atenção vemos que há diferenças, as bordas mais ou menos arredondas, o conjunto de câmeras fixo direto no aparelho ou parecendo um cooktop. Há diferenças sutis.
E não é apenas na parte externa do aparelho.
Por dentro também, há diferenças, mas poucas. Às vezes inexistentes, outras vezes até um pouco piores do que o antecessor.
Sim, estou falando do mercado de smartphones e suas anuais atualizações de linhas.
A imagem em questão é de um Samsung Galaxy S22 Ultra e o mais novo lançamento S 23 Ultra. Já comentamos acima sobre as quase imperceptíveis mudanças externas. Na parte interna, tela com quase o mesmo tamanho e mesma tecnologia de exibição "Super AMOLED", conjunto de câmeras quase iguais, exceto pela principal do S23 Ultra, que agora conta com 200 Megapixels para suas fotos ficarem ainda melhores do que já era. E dá pra perceber a diferença de fotos tiradas se olhar pela tela do celular? Estou tentado a dizer que até o olhar mais estudado terá dificuldade em perceber mudança na qualidade se olhar pela tela do celular. Se for impresso sim, haverá diferença na granulação etc, mesmo assim, não sei é possível dizer que é um avanço avançadíssimo que o S23 traz.
Mas o ano virou, a engrenagem não para, é preciso produzir para que o público possa consumir.
"... eu comprei um S22 há 3 meses, já estou defasado, então? Já vou ter que entrar em outro carnê?"
Defasado sim; atrasado aí depende.
Se você tem um celular top de linha de 2022 não vai perder em nada se não mudar para o mais novo lançamento. Mudam uma coisa ou outra nos componentes, mas no final, o balanço é que fique tudo mais ou menos equilizado.
"Tá falando besteira, o processador de S23 é um Snapdragon 8 Gen 2 otimizado para o Galaxy e no S23 é só um Snap 8 Gen 1." E isso eu não tenho como argumentar, está corretíssimo. O benchmark do S23 vai dar pau no S22. Às vezes não é o que ocorre, mas também concordo.
"Resumo: o S23 é melhor do que o S22, então porque tá falando besteira?"
O S23 é, com certeza, um aparelho com melhor desempenho que o S22, nunca discordei disso.
Agora, vai dizer que tudo o que você rodar no S23 não vai rodar no S22? Os jogos mais poderosos nos gráficos Ultra vão rodar lisos, tanto em um quanto em outro. Abrir vários apps ao mesmo tempo, sem ter engasgos no processo. Também, os dois vão fazer igual. E as fotos e vídeos? Pouca diferença será percebida.
No papel, sempre há a evolução de um aparelho para a sua versão mais recente, mas isso não quer dizer que a versão, ou versões anteriores, sejam descartáveis. Pelo contrário.
Talvez a maior diferença que aja nesses aparelhos... e não estou restringindo o caso apenas para Samsung, digo o mesmo para Xiaomi, Motorola e todos os outros fabricantes...voltando, a maior diferença é o preço.
Quando lançados, o preço é exorbitante, valeria até um carro usado, se os carros não estivessem com o preço nas alturas, ao passo que imediatamente após o surgimento de uma nova versão de um aparelho, a sua versão anterior sofre uma queda de preço.
Aí você fica com o pensamento de ter um aparelho novinho, que ninguém tem ainda ou ir para um modelo lançado há longíquo 1 ano atrás, custando 20 ou 30% menos.
Eu vou na segunda opção. Pagar menos e ter um aparelho com atualizações e correções já lançados, menor custo e ótimo desempenho ainda, e garantia de mais 2 ou 3 anos de uso numa boa e com atualizações (no caso do que promete a Samsung).
Pra mim, que adoro tecnologia e as novidades que ela traz, o mercado de smartphones está muito monótuno. A cada ano que passa os aparelhos são cada vez mais parecidos, até mesmo entre aparelhos de marcas diferentes, as configurações são quase as mesmas, às vezes querem inovar na cor, mas isso qualquer capinha é capaz de fazer também. Sinto saudade de quando cada aparelho que surgia vinha com um recurso totalmente novo e útil. Hoje parece que todos brigam para estar no mesmo lugar, n]ao há espaço para a criatividade e a inventividade.
O que me parece mais promissor nesse sentido são os aparelhos dobráveis, que podem facilitar muito a vida do usuário, deixa fluida a navegação em multitarefa e ainda consegue trazer para o público uma sensação real de novidade com o uso que podem proporcionar. Aí esbarramos no preço, pois um aparelho desses custa sim, mais que um carro, mesmo os carros estando caríssimos.
Por outro lado, a IoT (Internet das Coisas), está em franca expansão e talvez os olhos ávidos por novidades tecnológicas fiquem mais fascinados com as novas geladeiras inteligentes, que tem uma porta "transparente" para ver o que há lá dentro sem precisar abrir, ou te notificar pelo celular que a porta está fechada ou que o frango terminou de assar no forno, ou que as roupas já estão secas, de acordo com a lava e seca informou.
Os eletrodomésticos estão trilhando um novo caminho na tecnologia de uso diário e vejo mais bons olhos as novidades que não param de surgir nesse campo.
A casa está ficando mais inteligente, de fato, as luzes já se acendem com um comando de voz, é possível receber um alerta de invasão mesmo estando milhares de quilômetros distante de casa. Esse é um futuro muito legal para conhecer e desbravar.
Quem sabe um dia o celular não vai deixar de existir, pois estará em todos os outros aparelhos que usamos dentro de casa. Tão necessário que se tornará inútil.
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